CASA ONDE NASCEU JOSÉ LINS DO REGO
ESTÁ SENDO RESTAURADA
O Engenho Corredor, em Pilar, começa a mudar de cenário. O que antes era um imóvel cercado pelo mato e com problemas de instalação, que comprometiam sua integridade física, alavanca, a partir de agora, um longo processo de restauração e revitalização. Técnicos do Iphaep – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba – estiveram no local e constataram: os proprietários Alba e Joaquim Soares já iniciaram os serviços emergenciais de limpeza do terreno, onde brincava, quando menino, o escritor José Lins do Rego. “Vamos refazer a estrada que liga Pilar ao Corredor; refazer o ambiente das cajazeiras, dos jenipapos”, sugeriu o diretor do Iphaep, Damião Ramos Cavalcanti. “Este é um sítio histórico da maior importância. O universo que inspirou José Lins do Rego é conhecido e estudado não apenas nacionalmente, mas também internacionalmente, nas Universidades de Moscou e Sorbone”. O Engenho Corredor pertenceu ao avô do escritor José Lins do Rego e foi construído no século XIX, estando distante 2 quilômetros da cidade de Pilar. O complexo patrimonial foi tombado pelo Iphaep, através do Decreto nº 20.137, de 02 de dezembro de 1998. Quando menino, o autor de “Moleque Ricardo”, passava as férias no local. Já adulto, utilizou o cenário como matriz das narrativas de seus romances. Promotor Público, José Lins do Rego estreou no mundo das letras em 1932, ao lançar “Menino de Engenho”, onde trazia à tona as mais remotas reminiscências de sua infância. Ao longo da vida, Zélins publicou dezenas de livros e crônicas e, ainda hoje, sua obra é traduzida nos mais diversos idiomas e publicada em países de todos os continentes.
Leia também:
PILAR E O ENGENHO DE ZÉ LINS
NO CHÃO DA MEMÓRIA
Ao poeta Damião Cavalcanti
O poema pinga
Seu pingo de ouro,
Sua gota de orvalho
No chão da memória.
O poeta sonha
Seu sonho insolúvel
A rua onde pisa
Derrubaram as casas
Arrancaram as árvores,
Destruíram as praças
No coreto a banda
Quem a viu tocar?...
As águas do rio
Escorrem serenas
Mas o tempo prossegue
Com força de enchente!
É mister viver
A vida presente
O mundo atropela
Os pés no passado.
Cadê o menino
Que queria crescer?
Será este velho
Que quer ser menino?
Um verso divino
Aplaca o sofrer;
O amor é eterno
E efêmero é o ser!
(ANTONIO COSTTA)