segunda-feira, 27 de julho de 2020

ANTONIO COSTTA E SEU NOVO LIVRO SOBRE A VISITA DE D. PEDRO II À PILAR



O poeta Antonio Costta publicou no Clube de Autores seu novo livro VISITA DE D. PEDRO À PILAR-PB E OUTROS POEMAS PILARENSES. O livro, baseado em fatos reais, faz um resgate de uma parte singular da história e da cultura paraibana. Em versos de cordel, Antonio Costta narra a visita de D. Pedro II à Capital da Província e à Vila do Pilar, que era, na época, um importantíssimo centro econômico/açucareiro da província paraibana, pois detinha o total de quarenta engenhos de cana de açúcar espalhados por seu território.

O livro já está disponível para venda neste link:

https://clubedeautores.com.br/livro/visita-de-d-pedro-ii-a-pilar-pb-e-outros-poemas-pilarenses


HISTÓRICO DA VISITA DE D. PEDRO II À PARAÍBA

"Com o objetivo de melhor conhecer as províncias do vasto império brasileiro, demarcar a presença do governo no lugares mais remotos ao norte da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (Capital do Império), fortalecer a monarquia e preservar a unidade nacional que resultou no Brasil de hoje, o imperador Dom Pedro II passou quatro meses viajando pelo País no ano de 1859.

Parahyba, Capital da Parahyba do Norte, sábado, 24 de dezembro de 1859, 16h30. O Vapor APA, navio da Marinha do Brasil, atracou no Porto do Capim, no rio Sanhauá. A bordo, estavam o imperador Pedro II, a imperatriz Teresa Cristina, o médico Motta Maia e uma vasta comitiva formada por ministros, conselheiros, militares e serviçais, num total aproximado de 50 pessoas. Foi a primeira e única visita do imperador ao território da Parahyba do Norte.

A comitiva imperial foi recebida com entusiasmo, aplausos, vivas e muita empolgação pelo povo e por autoridades. O casal imperial recebeu um crucifixo das mãos do Padre Chacon, visitador da Província. Dom Pedro recebeu também as chaves da cidade, entregues pelo presidente da Câmara de Vereadores, Francisco Alves de Souza Carvalho, segundo o médico e historiador paraibano Maurílio Augusto de Almeida, autor do livro “Presença de D. Pedro II na Paraíba”.

“O imperador tinha 33 anos e seguiu a pé, com a comitiva (subindo ladeiras), do Porto do Capim, seguindo pela Rua da Areia, Rua Duque de Caxias, Ponto de Cem Réis, até o Palácio do Governo da Província, hoje Palácio da Redenção, sede do Governo do Estado”, acrescentou Otinaldo Lourenço.

Segundo ele, o povo acompanhou a comitiva pelas ruas da Capital. E em frente ao Palácio, outra multidão aguardava a comitiva imperial dando vivas ao imperador. Dom Pedro, Dona Teresa Cristina e demais membros do governo imperial se hospedaram no Palácio, que fora totalmente reformado e preparado para o acontecimento histórico, segundo Otinaldo Lourenço.

A viagem a Pilar aconteceu no dia 26, uma segunda-feira. “Ele foi a Pilar acompanhado de homens da Guarda Nacional, e do presidente da Província. Parou no engenho Santo Amaro, em Bayeux. Depois, seguiu com destino ao engenho Tibiri, em Santa Rita. Também visitou o engenho de Maraú, então pertencente a José Teixeira de Vasconcelos, posteriormente Barão de Maraú, avô do ex-prefeito de Santa Rita, Marcus Odilon Ribeiro Coutinho”, disse Otinaldo Lourenço.

O imperador chegou a Pilar antes do previsto e nada tinha sido preparado, ainda, para recepcioná-lo. Enquanto preparavam algo para ele comer, Dom Pedro deitou-se numa rede e descansou. O governador, segundo Otinaldo Lourenço, mandou prender Herique Lins, então responsável pela cidade, pelo descaso em relação à visita do imperador. Mas o próprio Pedro II mandou soltá-lo, assumindo a culpa pela antecipação da chegada ao povoado.

Dormiu em Pilar e, no dia 27, a comitiva seguiu para Mamanguape, a cidade mais próspera e rica da Província, depois da Capital. Em Mamanguape, ele foi ovacionado. No dia 30, o imperador deixou a Parahyba por volta das 8h. Seguiu para as Províncias de Alagoas e Sergipe."

Fonte: ESTADOPB

Publicado por: A Redação



segunda-feira, 6 de julho de 2020

POEMAS: MANIFESTO DO RIO E O RIO PEDE SOCORRO


MANIFESTO DO RIO

Eu quero ser rio limpo,
rio saudável de novo,
ser habitado por peixes
pra serventia do povo.

Eu quero o povo pescando,
eu quero o povo plantando,
eu quero o povo colhendo,
eu quero o gado pastando,
eu quero o povo sorrindo,
crianças se divertindo,
nas minhas águas pulando!

As lavadeiras lavando
roupas com sabão de pedra,
cavalo se refrescando
depois de andar uma légua,
quero minhas águas seguindo,
quero está sempre servindo
aos habitantes da terra!

Não quero ser só lembrança
de um passado de glória,
eu quero ser esperança
desta nossa nova história.
Não quero ser prisioneiro
de cerca de fazendeiro,
nem quero ser saqueado
por dragas de areeiro!

Oh homens gananciosos,
deixai o povo sofrido
ser em meu leito remido
com liberdade de novo!
Ninguém me cerque, me prive,
que quero ser rio livre,
ser Paraíba do povo!

Antonio Costta



O RIO PEDE SOCORRO

Vejo um rio agonizante
num painel angustiante
pelas terras que percorro;
O Paraíba degradado,
poluído, saqueado,
nos clamando por socorro!

Mas que cena degradante,
vejo um rio agonizante
sob as dragas do areeiro!
O seu leito foi vendido,
usurpado, consumido,
por ganância de dinheiro.

Vejo um rio agonizante,
um fio d’água na vazante
sem saber onde vai dar;
outrora tão caudaloso,
um rio tão majestoso
com destino para o mar!

Hoje retido em barragem
virou apenas miragem
no decorrer do percurso;
um rio preso, cercado,
com o seu leito barrado
pra quem lhe busca recurso.

Hoje ele está dominado,
seguindo qual condenado
para seu fim, sua morte;
mas só depende de nós
quebrar os laços do algoz
pra lhe livrar dessa sorte!

Morrer o rio não deixes,
com suas águas, seus peixes,
o pouco que sobrevive;
Retirem a draga do peito,
não aniquilem seu leito,
que essa sentença se arquive!


Que a lei dos homens exista
e que se cumpra, resista,
sem jamais se corromper;
que a lei proteja, defenda,
que a lei não seja horrenda


permitindo o rio morrer!
Que nossa voz não se cale
para defesa do Vale
do Paraíba do Norte!
E que nosso rio perene
siga seu curso solene,
em paz, mais limpo e mais forte!

Antonio Costta

POEMA: CASA DE FARINHA




CASA DE FARINHA

Meu avô Nô Diogo
tinha casa de farinha,

Seu Anísio, Seu Edrísio
e Seu Gino também tinha,
também Noel Atanásio,
e Seu Odilon, visinha,
sem falar de Seu Dudu
que muita fama detinha.
Eram tantas espalhadas
de Pilar para Serrinha
que se eu fosse aqui contar
só findava à tardezinha!


Mas os anos se passaram
e tudo modernizou-se,
aquela cultura antiga
por todo canto acabou-se.
Aquele tempo feliz
de paz e prosperidade,
aquele tempo agradável
de tanta fraternidade,
foi soterrado nos anos
da tal da modernidade!


Inda recordo, criança,
as noites de farinhada,
o povo alegre, cantando,
até pela madrugada.
O trabalho era gostoso,
ninguém com a cara feia,
as famílias reunidas
em volta de uma candeia,
contando histórias, fofocas,
descascando as mandiocas
lá da minha Chã de Areia!


E quando a fome chegava
um beiju logo comia
e tomava um pouco d'água
guardada numa quartinha.
E quando o sono apertava
menino logo dormia,
a mamãe lhe agasalhava
por causa da noite fria,
e quem não tinha casaco
dormia dentro de um saco
até chegar novo dia!


Antonio Costta

HINO OFICIAL DE PILAR - cantado por Jordânia Borges

HINO OFICIAL DE PILAR- cantado por José Cosmo de Souza

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