segunda-feira, 6 de julho de 2020

POEMAS: MANIFESTO DO RIO E O RIO PEDE SOCORRO


MANIFESTO DO RIO

Eu quero ser rio limpo,
rio saudável de novo,
ser habitado por peixes
pra serventia do povo.

Eu quero o povo pescando,
eu quero o povo plantando,
eu quero o povo colhendo,
eu quero o gado pastando,
eu quero o povo sorrindo,
crianças se divertindo,
nas minhas águas pulando!

As lavadeiras lavando
roupas com sabão de pedra,
cavalo se refrescando
depois de andar uma légua,
quero minhas águas seguindo,
quero está sempre servindo
aos habitantes da terra!

Não quero ser só lembrança
de um passado de glória,
eu quero ser esperança
desta nossa nova história.
Não quero ser prisioneiro
de cerca de fazendeiro,
nem quero ser saqueado
por dragas de areeiro!

Oh homens gananciosos,
deixai o povo sofrido
ser em meu leito remido
com liberdade de novo!
Ninguém me cerque, me prive,
que quero ser rio livre,
ser Paraíba do povo!

Antonio Costta



O RIO PEDE SOCORRO

Vejo um rio agonizante
num painel angustiante
pelas terras que percorro;
O Paraíba degradado,
poluído, saqueado,
nos clamando por socorro!

Mas que cena degradante,
vejo um rio agonizante
sob as dragas do areeiro!
O seu leito foi vendido,
usurpado, consumido,
por ganância de dinheiro.

Vejo um rio agonizante,
um fio d’água na vazante
sem saber onde vai dar;
outrora tão caudaloso,
um rio tão majestoso
com destino para o mar!

Hoje retido em barragem
virou apenas miragem
no decorrer do percurso;
um rio preso, cercado,
com o seu leito barrado
pra quem lhe busca recurso.

Hoje ele está dominado,
seguindo qual condenado
para seu fim, sua morte;
mas só depende de nós
quebrar os laços do algoz
pra lhe livrar dessa sorte!

Morrer o rio não deixes,
com suas águas, seus peixes,
o pouco que sobrevive;
Retirem a draga do peito,
não aniquilem seu leito,
que essa sentença se arquive!


Que a lei dos homens exista
e que se cumpra, resista,
sem jamais se corromper;
que a lei proteja, defenda,
que a lei não seja horrenda


permitindo o rio morrer!
Que nossa voz não se cale
para defesa do Vale
do Paraíba do Norte!
E que nosso rio perene
siga seu curso solene,
em paz, mais limpo e mais forte!

Antonio Costta

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