Ronaldo ou
poeta, assim era chamado por familiares, amigos e populares. Nem os seus
secretários domésticos o chamavam doutor Ronaldo. Magnânimo, não avocava
distinção, fosse como prefeito, governador ou senador. A ele bastava o nome de
batismo ou o título de poeta. Homem especial, esteve além de meras denominações
honoríficas, permanentes ou transitórias, geralmente imprescindíveis ao homem
comum.
Carismático,
intelectual e boêmio, foi poeta por talento e político por vocação. Amante da poesia,
cultuou Augusto dos Anjos com humildade, sem se vangloriar do seu saber. Os
brasileiros o viram insuperável no conhecimento e na memorização de toda a obra
do notável poeta paraibano.
Sábio, relevava
a ausência das nobres virtudes. Leal e grato, convivia com naturalidade, mesmo
com aqueles que lhe fossem ingratos e desleais. Afetuoso e terno, soube pedir
perdão e perdoar. Por isso, amou, foi amado e permanece em cândido sonho.
Assim, poeta, o devaneio nos acode na saudade!
Astenio Fernandes
Médico oftalmologista
Membro da Academia Paraibana de Letras