quinta-feira, 29 de março de 2018

O CENTENÁRIO DO POETA JOSÉ AUGUSTO DE BRITO



O poeta José Augusto de Brito nasceu no município de Pilar (PB) em 01 de agosto de 1919 e morreu em 2010, na cidade de João Pessoa, capital da Paraíba, com noventa e um anos de idade.   

No próximo ano de 2019 completará seus cem anos de nascimento e para comemorar essa data tão importante para a história da cultura pilarense, e paraibana, já está sendo elaborada uma programação pela Secretaria Executiva de Cultura e Turismo do município de Pilar, segundo o secretário Antonio Costta.

Entre as homenagens está confirmada a realização de uma sessão solene para homenagear o grande poeta pilarense e, conforme informação do presidente da Câmara Municipal, vereador Landoaldo César, a inauguração da Biblioteca da Câmara Municipal Escritor José Augusto de Brito, em homenagem ao escritor que tanto enalteceu a nossa terra.

O secretário Antonio Costta também comunicou que está em entendimento com a família do escritor homenageado para a edição de um livro comemorativo ao centenário do grande poeta pilarense.


José Augusto de Brito veio de uma família humilde, mas trabalhadora. Foi agricultor, professor, poeta, cronista, historiador, Coletor Fiscal, vereador e prefeito (por dois mandatos) da terra de José Lins do Rego. 


Cursou o primário na cidade onde nasceu na Escola da D. Palmira Leal da Silva Bezerra. Continuou os estudos no Liceu Paraibano local que teve seu primeiro contato com a literatura Clássica, lendo escritores como Homero e Virgílio e se apaixonando pela poesia.



Serviu às Forças Armadas na Segunda Guerra Mundial. Após ter sido afastado, passou no concurso para fiscal e chegou a ser coletor em sua cidade por vários anos. Sempre dedicado ao ensino, fundou juntamente com o professor Afonso Pereira, o Colégio José Lins do Rego em Pilar (primeiro colégio a oferecer o primeiro e segundo graus na cidade). E com auxílio de alguns amigos, fundou também o Colégio Cenecista nas cidades de Juripiranga, Gurinhém e São Miguel de Taipu. Também lecionou várias disciplinas, dentre elas: português, história, francês e geografia.

 Publicou sete livros de crônicas e poesias, são eles: Vidas Paralelas; Canções do Entardecer; Sem Água, Sem Rio Sem Verde; Pilar; Memórias de um Aprendiz de Nada; Pilar é História e Pingolenço - Um Tributo à Arte. Tornou-se membro da Academia Paraibana de Poesia. Durante vários anos foi cronista do Jornal O Norte, onde conquistou fieis leitores que adoravam as suas crônicas sobre “causos” acontecidos no Vale do Paraíba.



Certa vez questionado sobre o que lhe motivava a publicar tantas crônicas na imprensa estadual, ele respondeu: “Tudo o que escrevo é para enaltecer a minha pequenina e gigante Pilar”.

Em 1999, através de requerimento apresentado pelo vereador e poeta Antonio Costa, José Augusto foi homenageado em sua terra natal, pela Câmara Municipal de Pilar, onde recebeu ma Comenda de Honra ao Mérito Cultural, entregue pela então presidente da Câmara, vereadora Fátima dos Correios.

Veja algumas fotos dessa referida homenagem, realizada em 1999:

Vereadores Antonio Costa e Landoaldo César
recepcionando o poeta e escritor José Augusto de brito.
José Augusto de Brito sendo acompanhado
pelo então vereador, poeta Antonio Costa.

Poeta José Augusto ao lado de sua esposa.


Presidente da Câmara, vereadora Fátima Coutinho, entregando
Comenda de Honra ao Mérito Cultural ao poeta José Augusto de Brito
  
José Augusto cumprimentando o músico José Cosmo de Souza
 ______________________________________


Alguns sonetos de José Augusto de Brito:

PILAR

 
Oh Pilar, meu amigo verdadeiro,
Tu me viste crescer e ficar homem,
Se foi para ti meu primeiro sono,
Pra ti reservo o sono derradeiro.

No teu seio aprendi a ser feliz,
Nas tuas noites encontrei o amor,
No teu regaço conheci a Beatriz,
Nos teus campos colhi a primeira flor.

No teu rio foi o meu primeiro banho,
Na tua lua foi o meu primeiro sonho,
Na Rua do Silva os meus primeiros passos.

Passou o tempo, não passou o sonho,
Por isso, meu Pilar, eu te proponho:
Ampara minha queda nos teus braços.

ALMA PILARENSE

 
Naquele sábado de poesia,
O violão desfila em serenata,
Com Zé de Heleno até o fim do dia,
Nos dedos e na voz uma cascata.

É o Pilar palpitando em melodia,
É o coração de Diu que desata,
É a família reunida na alegria,
Relembrando a distância que maltrata.

É a comunhão de todo o pilarense
No grande altar do amor e da saudade,
Extravasada na voz e no violão.

É a força do Pilar que ninguém vence,
É o entrelaçamento da amizade
A cantar na tua alma, meu irmão.

VIDAS QUASE PARALELAS

 
Meu velho Paraíba, amigo e protetor,
Teu abraço primeiro ao meu primeiro banho,
Causou em mim um frenesi estranho,
Um verdadeiro arroubo, um verdadeiro amor.

Caminhamos então lado a lado em fervor,
Tu em grande missão, eu em busca de sonho,
Tu dando de beber com um afã tamanho...
E eu em ti matando a sede e o calor.

Marchamos assim juntos em cada pensamento
Não esqueci de ti na vida um só momento,
Carrego o coração quase preso a tua sorte.

Badalando ao ouvido ouço um estranho sino,
Pequena diferença há no nosso destino,
Tu correndo p´ra o mar, eu correndo para a morte.

SAUDADE

 
No meu inverno há um pássaro que canta
A canção que ficou da primavera,
Uns o chamam saudade, outros, quimera,
Não sei então como chamá-lo, tanta

É a magoa interior que nos espanta,
E que em moço a gente nunca espera
Seja tão envolvente como a hera
E que como miragem desencanta.

Este pássaro tem o cantar tão triste
Que nenhuma criatura humana resiste
Ouvi-lo sem soltar o pranto quente.

De tudo quanto sei do passarinho,
É que machuca assim devagarinho:
A cantar, a cantar indiferente.


segunda-feira, 26 de março de 2018

ANTONIO COSTTA - POEMAS PILARENSES


  ACRÓSTICOS COM O NOME PILAR

alco encantador da lida,
nspiração sem cessar,
ibelo da Paraíba,
urora da minha vida,
emanso do meu luar!

aixão e amor sem par,
nício do caminhar,
argueza de sentimento,
ltura de pensamento,
epouso do meu sonhar!

razer em te contemplar,
nefável emoção,
uz brilhante do luar,
lvorecer singular,
efúgio de amor, paixão!

opulação exemplar,
rmandade hospitaleira,
ugar melhor de morar,
qui se procura amar,
espeitar a vida inteira!

aisagem da minh’ infância,
napagável lembrança,
ugar de amor e de paz...
urora dos ideais,
evigoro da esperança!

ertinente na história,
mportante trajetória,
egado de liberdade...
udaz em prol da verdade,
efulgente na memória!

assado de muita glória,
nstante de gran disputa,
embrando tua rica história
spiramos a vitória,
ompendo toda esta luta!

equena terra gigante,
magem da poesia,
iteratura marcante,
 tua história é brilhante,
eluz em nós todo dia!...

ortal de amor e de glória,
nspiração sem medida,
ins do Rego fez história
o escrever sua memória,
omanceando sua vida.

alco de encantos mil,
ndelével mãe gentil,
ibelo de amor profundo,
A  melhor terra do mundo,
ecanto do meu Brasil!

oetizar-te não canso,
mensidão de prazer,
evo comigo teu canto,
qui e por todo recanto,
ecordo enquanto viver!

ilar meu berço querido,
nscrito numa canção,
onge de ti a saudade
umenta a vontade de
eencontrar o meu chão.

atrimônio do Brasil,
rrevogável memória,
ibertária varonil,
dorável mãe gentil,
adiante na história.

ainel de luz, poesia,
ncontáveis teus encantos,
ar de amor e de alegria,
urora de um novo dia,
esplandecer de meus cantos.


alavra que me acompanha,
ntegrada ao coração,
uz divina que me assanha,
lvorada que me apanha, 
adiante de paixão!

arnaso da poesia,
nspirada melodia,
egitimada cultura,
qui tem literatura
eluzindo todo dia.

alço de amor e amizade,
luminada união,
imiar da liberdade,
ltar da integridade,
efúgio do coração!

aixão e amor consagrados,
I mpolutos sentimentos,
ugar onde os namorados
ndam mais apaixonados,
adiantes pensamentos.

avilhão da gran cultura,
ncontáveis seus talentos,
iteratos, com fartura,
A utores de verve pura,
epletos de sentimentos.

— Antonio Costta

***

BEM VINDO À PILAR

Seja bem vindo à Pilar,
Terra de Zé Lins do Rego
Que contou a nossa história
Para o mundo ter apego.
Hoje aqui em seu Caminho
Receba nosso carinho,
Nosso amor, nosso aconchego!

Seja bem vindo à Pilar,
Terra de valor profundo,
Sua história é singular,
Pois encanta todo mundo.
Brilhante tal qual estrela,
Fez questão de conhecê-la
Até Dom Pedro Segundo!

Seja bem vindo à Pilar,
Terra de Manoel Xudu,
Um poeta repentista
Que cantava sem lundu,
Que tirava da cachola,
Ao dedilhar a viola,
O canto do uirapuru!

Seja bem vindo à Pilar,
Terra de Zé Augusto Brito,
Que foi cronista e poeta
Do soneto mais bonito;
Que escreveu coisas tão belas:
Pilar, Vidas Paralelas,
Que hoje habita no infinito.

Seja bem vindo à Pilar
De Damião Cavalcanti
E de Frutuoso Chaves,
Outro cronista brilhante;
Pilar da prosa e da rima
E de Frederico Lima,
Outro escritor importante!

Seja bem vindo à Pilar,
Terra de gran tradição,
Do cirandeiro Raminho,
De Del Pilar, artesão,
De quadrilha que encanta
E de Dona Odete que canta
Coco de roda, no chão!

Seja bem vindo à Pilar
Onde a música repousa
Nas cordas do violão
De José Cosmo de Souza.
Terra de mui estrelatos,
Pilar de Zezita Matos,
Atriz que brilha, que ousa!

Seja bem vindo à Pilar,
Onde a cultura acontece,
Lugar onde a poesia
Em cada canto floresce;
Terra formosa e dileta
Que presenteia o poeta
Co’ inspiração que merece!

Seja bem vindo à Pilar,
A pequenina gigante,
Que reluz na sua história
O brilho de um diamante,
Que congrega nos seus trilhos
Mil vagões de amor dos filhos,
Fazendo-a mais importante!

Seja bem vindo à Pilar,
À nossa terra querida,
Que está de braços abertos
Pra lhe receber na lida
Com sua gente hospitaleira.
Quem visita esta ribeira
Não quer mais sair na vida!


Antonio Costta

***

TROVAS PILARENSES

Eu sou filho do Pilar,
Meu torrão, meu aconchego;
Como amo este lugar,
Terra de Zé Lins do Rego!

Pilar terra abençoada,
Melhor recanto do mundo!
É minha terra encantada
Que não esqueço um segundo.

Minha terra é pequenina,
Mas encanta o mundo inteiro,
Pois Pilar em prosa e rima
Honra o solo brasileiro!

De prazer minh’alma canta
Quando vejo o meu Pilar;
Saltam versos da garganta
Sem vontade de parar!...

Quem nunca escreveu um verso
Em Pilar fica inspirado,
Contemplando o universo
De Zé Lins com seu passado.

Faço um verso de repente,
De repente faço um verso;
Só pra cantar minha gente,
Meu torrão, meu universo!

Pilar terra nordestina,
Meu rubi, meu diamante;
É tão bela e pequenina,
Mas, pra nós, ela gigante!

Pilar, meu torrão amado,
Que Deus me deu como berço,
Quero sempre ‘stá ao seu lado,
Dedicando amor e apreço!

Oh terra da minha infância!
Da juventude também;
Faz-me sofrer a distância
Quando não ‘stou com meu bem!

Oh minha jóia brilhante,
Oh minha terra querida!
Cantar-te-ei cada instante
Com todo amor de minh' vida.

Não trouxe um pouco de terra
Da minha terra pra mim,
Mas no meu peito se encerra
Pilar inteira, sem fim!

És a terra que prefiro,
Que Deus me deu como minha;
Como escreveu Casimiro:
“Hei de fazê-la rainha”!

Antonio Costta

***

SALVE TERRA DO PILAR!

Salve terra do Pilar!
Salve terra tão querida
Que no Vale do Paraíba
Tem história pra contar.

Salve terra do Pilar!
Torrão de valor profundo
Que até Dom Pedro Segundo
Fez questão de visitar!

Salve terra soberana!
Que já teve em seu passado,
Pela várzea, espalhados,
Quarenta engenhos de cana!

Salve terra de hombridade!
Que lutou, sem ter temor,
Na Confederação do Equador
Em favor da liberdade.

Salve terra do Pilar!
De poetas, escritores,
Terra de tantos valores
Que dá gosto de contar.

Salve terra do Pilar!
Meu torrão, meu aconchego,
Terra de Zé Lins do Rego,
Romancista popular!

Salve terra do Pilar!
Terra de Manoel Xudu,
Mais ligeiro que um nabu,
Um gênio do improvisar.

Salve terra do Pilar!
De primores que acredito,
Terra de Augusto Brito,
Um poeta singular.

Salve terra do Pilar!
De Damião Cavalcanti,
Outro poeta brilhante
Que valoriza o lugar.

Salve terra que a gente ama!
Terra de filhos tão gratos;
Terra de Zezita Matos,
Do teatro, a grande dama.

Salve a terra de Odete
Que canta coco de roda,
Sem se ligar para moda
Que o mundo todo repete.

Salve terra onde se encosta
A beleza do universo!
Que me inspira cada verso,
Onde assino: Antonio Costta.

Antonio Costta


HINO OFICIAL DE PILAR - cantado por Jordânia Borges

HINO OFICIAL DE PILAR- cantado por José Cosmo de Souza

Pilar(PB) Terra de Zé Lins

 
Pilar(PB) Terra de Zé Lins
Grupo Público · 958 membros
Participar do grupo
Poesias, fotos, eventos e notícias sobre o município de Pilar-PB.