sábado, 5 de junho de 2010

A MUNICIPALIZAÇÃO DAS MOÇAS DE PILAR


O vereador Landoaldo César andava preocupado com o destino afetivo dos rapazes do município de Pilar, pois as moças da terra de Vitorino Carneiro da Cunha, só queriam saber de namorar com os rapazes de fora, das cidades circunvizinhas.

Os rapazes, sentindo-se desprezados pelas donzelas do lugar e vendo o seu território invadido pelos “play-boys” de Itabaiana, Pedras-de-Fogo, Sapé e João Pessoa, não perderam tempo e foram se queixar ao vereador mais popular da cidade que prontamente se comprometeu em ajudá-los com uma idéia no mínimo excêntrica: “Te
nho a solução para o problema de vocês” (disse Landoaldo), “vou apresentar um Projeto de Lei na Câmara Municipal, criando uma multa para as moças que se casar com rapazes de outro município”. A rapaziada aplaudiu e combinaram até em fazer uma passeata no dia da sessão, percorrendo a principal avenida da cidade até à frente da Câmara Municipal, conduzindo uma enorme faixa contendo a seguinte frase: “QUEREMOS NOS CASAR COM AS MOÇAS DE PILAR!”

O assunto se espalhou mais rápido do que pacote de arroz furado em bagageiro de bicicleta, tornando-se o principal comentário dos salões de cabeleireiro, da praça de táxi, dos alunos das escolas estaduais e municipais, e dos idosos que se sentavam de tardezinha nos bancos das praças para prosearem. A polêmica foi tão grande que por pouco Landoaldo César não se tornou uma celebridade nos meios de comunicação da
Paraíba e do Brasil. Mas do outro lado do campo de batalha estavam as moças insatisfeitas, sentindo-se ofendidas no seu direito de escolha, e como forma de repúdio a aquela atitude antidemocrática e machista, entrouxavam a cara para o outro lado da rua todas as vezes que passavam pelo distinto vereador.

Um clima de guerra formou-se em Pilar. Foi quando, preocupado com o desfecho da história, entrou em cena um verdadeiro diplomata, o Pastor Linaldo de Sousa Guerra, secretário municipal da educação, que apelou para o bom senso do nobre parlamentar, mostrando para ele as desvantagens de seguir em frente com aquele projeto que inclusive não tinha nenhum respaldo constitucional o que impossibilitaria a sua aprovação e conseguintemente a sua promulgação. Landoaldo, com um sorriso no rosto, surpreendeu dizendo: “preciso do carinho das moças da minha terra...” “Quem manda esses rapazes não saberem conquistá-las?!”

Assim terminou a história da “Municipalização das Moças d
e Pilar”, que quase se tornou em um dos maiores acontecimentos folclóricos da terra de Lins do Rego.

(ANTONIO COSTTA)


LANDO E SUAS "CABRAS ELEITORAIS"

Meu estimado amigo Lando não era muito cuidadoso com a sua criação de cabras. Logo cedo ele soltava o rebanho na rua e elas batiam os quatro cantos da cidade aprontando muita confusão e desordem. Elas subiam nos bancos das praças, comiam o restinho das gramas e das flores, defecavam nas calçadas, entre outras coisas que prefiro não contar.

E todo dia era aquele xingamento:

-quem aprontou isto?
-Foram as cabras de Lando.
-Aquele danado devia cuidar melhor das suas cabras
"!... (Dizia o povo).

Todavia, por todo recanto da cidade, quer fosse no centro de Pilar ou no Alto da Serventia, todo mundo conhecia as cabras de Lando. Desde o nascer do sol até ao cair da tarde lá estavam elas, rua acima e rua abaixo, fazendo as suas peripécias em busca de alimento. Mas de vez em quando eu via o seu proprietário, num ato de pura nobreza, contrariando os maldizentes, trazer o seu fusca apipado de capim lá da Chã de Areia para alimentar as pobrizinhas, emagrecidas pela estiagem do tempo.
Uma coisa eu tenho que admitir, Lando amava as suas cabras ao ponto de colocá-las dentro do fusca e sair pela rua passeando com elas! O cheiro do fusca? Vocês já devem imaginar!

Então chegou as eleições municipais e com ela uma campanha acirrada entre Zé Benicio e Virgínia, a filha do Dr. Aguinaldo, ex-chefe político do município. Lando foi escolhido para ser candidato à vice-prefeito da chapa de Zé Benicio, o popular Zé da Mala, que levava uma vantagem sobre a sua adversária, pois somente ele tinha Lando lhe apoiando com uma equipe bem preparada de “cabras eleitorais”! Isto mesmo
. Pois elas eram que melhor conheciam os becos e vielas da cidade. E não perderam tempo, saíram a fazer campanha para Zé e Lando, pedindo espontaneamente o voto do povo da terra de José Lins do Rego.

O que elas diziam? Isto é o mais interessante, elas berravam direitinho o nome do candidato a prefeito e do vice, dizendo: “ZÉ-É-É-É-E´... LAN-AN-AN-DO”! E o povo aplaudia.

E para felicidade majoritária da terra de Manuel Chudú, não deu outro o resultado no dia da eleição. Zé da Mala foi vitorioso, graças a Lando e as suas “Cabras eleitorais”.

(ANTONIO COSTTA)

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