Meu estimado amigo, o vereador Lando, não era muito cuidadoso com a sua criação de cabras. Logo cedo soltava o rebanho na rua que batia os quatro cantos da cidade aprontando muita confusão e desordem. Elas subiam nos bancos das praças, comiam o restinho das gramas e das flores, cagavam nas calçadas e etc. Era um xingamento só, quem aprontou isto? Foram as cabras de Lando, respondia o povo... Aquele danado devia cuidar melhor das suas cabras!
Do centro de Pilar até ao Alto da Serventia todo mundo conhecia as cabras de Lando, pois diariamente lá estavam elas, rua acima e rua abaixo, fazendo as suas peripécias em busca de alimento. De vez em quando eu via o seu proprietário, num ato de pura nobreza, contrariando os maldizentes, trazer o seu fusca apipado de capim lá da Chã de Areia para alimentar as pobrizinhas, emagrecidas pela estiagem do tempo.
Uma coisa eu tenho que admitir, Lando amava as suas cabras ao ponto de colocá-las dentro do fusca e sair pela rua passeando com elas! O cheiro do fusca? Bem... não preciso nem dizer!
Mas aí chegou a eleição municipal e com ela uma campanha acirrada entre Zé Benicio e Virgínia, a filha do Dr. Aguinaldo. Lando foi o candidato à vice-prefeito da chapa de Zé Benicio, o popular Zé da Mala. Mas Lando levava uma vantagem sobre a sua concorrente, pois somente ele tinha uma equipe de “cabras eleitorais”! Isto mesmo, elas é que melhor conhecia os becos e vielas da cidade. E não perderam tempo, diariamente lá iam elas fazendo campanha para Zé e Lando, pedindo voto ao povo da terra de José Lins do Rego. O que elas falavam? Isto é o mais interessante, elas saiam direitinho o nome do candidato a prefeito e a vice: “ZÉÉÉÉE´... LAAANDO”! E o povo achava graça e aplaudia.
Não deu outro o resultado da eleição, Zé da Mala foi vitorioso naquele pleito, graças a Lando e as suas “Cabras eleitorais”.
(ANTONIO COSTTA)
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