segunda-feira, 9 de setembro de 2019

POEMAS EM HOMENAGEM A PILAR (PB)

SEJA BEM VINDO À PILAR

Seja bem vindo à Pilar,
Terra pacata e querida,
Que tem muito o que contar
De sua história, sua vida,
Muita curiosidade!
— É a terceira cidade
Mais velha da Paraíba!

Seja bem vindo à Pilar,
Terra de valor profundo,
Sua história é singular,
Pois encanta todo mundo.
Na província era uma estrela,
Fez questão de conhecê-la
Até D. Pedro II!

Seja bem vindo à Pilar,
Terra de Zé Lins do Rego
Que contou a nossa história
Para o mundo ter apego.
Hoje aqui em seu Caminho
Receba nosso carinho,
Nosso amor, nosso aconchego!

Seja bem vindo à Pilar,
Terra de Manoel Xudu,
Um poeta repentista
Que cantava sem lundu,
Que tirava da cachola,
Ao dedilhar a viola,
O canto do uirapuru!

Seja bem vindo à Pilar,
Terra de Zé Augusto Brito,
Que foi cronista e poeta
Do soneto mais bonito;
Que escreveu coisas tão belas:
Pilar, Vidas Paralelas,
Que hoje habita no infinito.

Seja bem vindo à Pilar
De Damião Cavalcanti
E de Frutuoso Chaves,
Outro cronista brilhante;
Pilar da prosa e da rima
E de Frederico Lima,
Outro escritor importante!

Seja bem vindo à Pilar,
Terra de gran tradição,
Do cirandeiro Raminho,
De Del Pilar, artesão,
De quadrilha que encanta
E de Dona Odete que canta
Coco de roda, no chão!

Seja bem vindo à Pilar
Onde a música repousa
Nas cordas do violão
De José Cosmo de Souza.
Terra de mui estrelatos,
Pilar de Zezita Matos,
Atriz que brilha, que ousa!

Seja bem vindo à Pilar,
Onde a cultura acontece,
Lugar onde a poesia
Em cada canto floresce;
Musa formosa e dileta
Que presenteia o poeta
Co’ inspiração que merece!

Seja bem vindo à Pilar,
À nossa terra querida,
Que está de braços abertos
Pra lhe receber na lida
Com sua gente hospitaleira,
Quem visita esta ribeira
Não quer mais sair na vida!

Antonio Costta
(Pilar – PB)
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SALVE TERRA DO PILAR!

Salve terra do Pilar!
Salve palco de minh’ vida
Que no Vale do Paraíba
Tem história pra contar.

Salve terra do Pilar!
Torrão de valor profundo
Que até Pedro II
Fez questão de visitar.

Salve terra soberana
Quando teve em seu passado,
Pela várzea, espalhados,
Quarenta engenhos de cana!

Salve heróis da hombridade!
Que lutaram, sem temor,
Na Confederação do Equador
Em favor da liberdade.

Salve, Salve nossa gente!
Diogo Velho Cavalcanti,
Um político importante,
De três províncias, presidente.

Salve terra do Pilar!
De poetas, escritores,
Terra de tantos valores
Que agora eu vou contar.

Salve terra do Pilar!
De Zé Lins, o romancista,
De Chudu, o repentista,
Mestre do improvisar.

Salve terra do Pilar!
Meu torrão tão bonito.
Terra de Augusto Brito,
Um poeta singular.

Salve terra do Pilar!
De Damião Cavalcanti,
Outro poeta brilhante
Que valoriza o lugar.

Salve terra que a gente ama!
Terra de filhos tão gratos;
Terra de Zezita Matos,
Do teatro, a grande dama.

Salve, salve Dona Odete
Que canta coco de roda,
Sem ligar pra nova moda
Que o mundo lhe oferece.

Salve terra onde se encosta
A beleza do universo!
Que me inspira tantos versos
Onde assino: Antonio Costta.
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NO CHÃO DA SAUDADE

Prossigo sereno revendo a história
No vasto terreno do chão da memória.
Tão cheio de terra brincando no chão
De bola de gude, carrinho e pião.

Lá pego canário com meu alçapão,
Lá pesco piaba com meu jereré;
Facheio rolinha com meu lampião
E brinco de bola imitando Pelé!...

Lá faço brinquedos de tábua, de lata,
E sei tirar mel de abelha na mata!
Sou bem mais feliz — não posso negar...

Onde fica esse chão? em que tempo? espaço?
No chão da memória me perco e me acho...
— Chão da saudade da velha Pilar!...

Antonio Costta
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ÁGUAS DA POESIA
                                        À minha terra, Pilar.

Já procurei te esquecer,
Mudar de assunto, evitar,
Pra não estar te lembrando
Quando de amor vou falar.

Mas as águas da poesia,
Onde vivo a navegar,
São como as do Paraíba:
Têm que passar por Pilar!

Têm que passar sussurrando,
Têm que passar desejando,
Querendo te conquistar...

Mesmo quando, em desatino,
Numa enchente do destino,
Seguem soltas para o mar!

Antonio Costta
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O SABOR DA MINHA TERRA

Gosto de caldo de cana madura,
Gosto também de feijão com farinha;
Quem nunca comeu uma raspadura
Não sabe o sabor da minha terrinha!

Gosto de comer, com nambu e rolinha,
Inhame, batata, fava, macaxeira;
Quem nunca comeu picado na feira,
Não sabe o sabor da minha terrinha.

Buchada de bode? — deixa-me louco!
Quem nunca provou traíra de coco,
Mocotó de boi, pirão de galinha...

Não sabe o sabor, não sabe o segredo,
Da terra natal de Zé Lins do Rego...
— O grande sabor da minha terrinha!

Antonio Costta
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COMO POSSO ESQUECER A MINHA TERRA?

Como posso esquecer a minha terra
Que provoca dentro em mim tanto apego?
Meu torrão, meu lugar, meu aconchego...
Meu Pilar que tanta beleza encerra!

Como posso esquecer a minha terra
Que me dá tanto prazer quando chego,
Vendo o mundo rural de Lins do Rego
Que a rústica paisagem desenterra.

Como posso esquecer-me deste chão
Que revigora, em meu peito, o coração
E me faz decantá-lo, como meta...

Se for para esquecer, um só momento,
O torrão em que nasci — eu lamento —
Mas prefiro esquecer que sou poeta!

Antonio Costta
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PILAR, CIDADE MÃE

Se vocês não sabem
Agora eu vou contar
Que Pilar já foi grande
Pois até Campina Grande
Pertenceu a Pilar!

As suas terras se estendiam
No período colonial
De Cruz do Espírito Santo
Às divisas de Pombal!

Mas os anos foram passando
E seus filhos foram crescendo
E novas cidades foram
No seu solo aparecendo.

Pois Itabaiana e Gurinhém,
Caldas Brandão (o Cajá)
E Cruz do Espírito Santo
Todos pertenceram a Pilar.

Sem falar em Juripiranga,
A Serrinha popular,
E São Miguel de Taipú,
Terra do Itapuá.

E, por último, São José dos Ramos
Também quis se libertar;
E Pilar foi se tornando...
Somente a nossa Pilar!

Pilar nasceste grande
E teu amor sempre nos põe;
Pilar terra querida,
Pilar Cidade Mãe!

Antonio Costta
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VISITANDO MINHA TERRA

Vou depressa, vou depressa,
com vontade de chegar;
Visitar a minha terra,
A cidade do Pilar.

E como é bela a visão
que começo a contemplar;
o Alto da Conceição
E seu rio a lhe banhar.

O Museu, a praça, amigos
para a gente conversar;
A cidade é tão pequena,
mas é grande pra contar!

Tem lembranças amorosas
para a gente recordar;
tem histórias de heróis
que morreram a lutar!

Tem poetas, escritores,
conhecido nos confins;
Meu Pilar sente orgulho
de ser Terra de Zé Lins!

Vou depressa, vou depressa,
Com vontade de chegar;
Vou matar minha saudade
da cidade do Pilar!

Tô chegando, tô chegando,
pra rever o meu Pilar;
quem visita essa cidade
Tem vontade de ficar!

Antonio Costta
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MINHA PILAR, PARABÉNS!

Minha jóia, meu diamante,
A terra que a todo instante
Recordo na minha vida;
Em ti projeto a lembrança
Do meu tempo de criança
Na Chã de Areia querida!

Minha terra tão pequena
Quem dera neste poema
O meu amor expressar;
Num verso puro e sereno,
No meu cantar tão pequeno,
Quero pra sempre te amar!

Quem dera viver contigo
Nas asas do teu abrigo
Sem temer qual seja a sorte;
Muito mais feliz seria
Vivendo aqui todo dia,
Até chegar minha morte!

Que Deus te abençoe, minha terra,
Que reine a paz não a guerra
Neste pedaço de chão;
Que não apenas te enganem,
Mas que as pessoas te amem
De todo seu coração!

Que a Paraíba não pare,
Que o governo declare
Fazer-te bem mais notória;
Sem nenhum demagogismo
Desenvolver o turismo,
Porque Pilar é história!

Por José Lins que é da gente,
Manoel Xudú no repente,
Zé Augusto na poesia;
Minha Pilar tão formosa,
Eu te ofereço esta rosa...
Meus parabéns neste dia!

Pela bravura do povo,
Pelo sonhar com um novo
Tempo, melhor do que tens;
Pra o velho, o jovem e a criança,
Por não perder a esperança,
Minha Pilar... Parabéns!!!

Antonio Costta
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EU SOU DA TERRA

Eu sou da terra da jaca,
Do inhame e da macaxeira;
Eu sou da terra da cana
Caiana que é de primeira!

Eu sou da terra da manga,
Do caju, da goiabeira;
Eu sou da terra do coco,
Do cajá, da pitombeira.

Eu sou da terra da fava,
Do feijão verde-ligeiro;
Do quiabo e do maxixe
Que bota até no terreiro!

Sou da terra da buchada,
Da tapioca e beiju,
Da terra de José Lins
E do poeta Xudu!

Eu sou da terra querida
De Damião Cavalcanti,
De Zé Augusto de Brito,
Outro poeta brilhante!

Eu sou da terra do verso,
Da terra da poesia,
Do poeta João Lourenço,
Também de Riso Maria.

Eu sou da terra de Lita
Que todo mundo recorda,
Eu sou da terra de Odete
Que canta Coco de Roda!

Eu sou da terra do Zé
Cosmo com seu violão;
Também de Jordânia Borges
Que canta nossa canção!

Eu sou da terra de Júlio
Com seu “Cavalo Marinho”,
Do artesão Seu Birico,
Do cirandeiro Raminho.

Eu sou da terra de Alceu
Com natureza bucólica;
Eu sou da terra de Lando,
Essa figura folclórica!

Eu sou da terra, do barro,
Eu sou de Chã de Areia;
Por essa terra me amarro...
Viva Pilar, minha aldeia!

Antonio Costta
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CHIBATA PRETA

Quem é que não se lembra
De uma negra, Chibata,
Que morava na Estação
E cozinhava em uma lata?

Eu vinha de Chã de Areia,
Por Figueiredo passava,
E chegando na Estação
Chibata Preta encontrava!

Conhecida por Chibata,
Chibata, Chibata Preta,
A pobrezinha, coitada,
Não tinha posses nem letra!

Era uma pobre indigente
Que morava bem ao léu;
Tinha por cama - o chão,
E por cobertor - o céu!

Um amontoado de lixo
Na margem daquela rua;
Era a “casa” da Chibata
Iluminada pela lua...

E por que “Chibata Preta”,
Também queres entender?
N’era porque tinha uma chibata
Pra si mesma defender.

Era porque a pobrezinha,
Que cozinhava em uma lata,
Era magra e pretinha
Parecendo uma chibata!...

Era a Chibata Preta
Conhecida do Pilar
E também da região
Que vinha nos visitar.

Era o terror das crianças
Aquela negra Chibata,
Que morava na Estação
E cozinhava em uma lata!...

Mas um dia a pobrezinha
Partiu da nossa cidade;
Pois passava frio e fome,
Tamanha necessidade!

E Pilar ainda se lembra,
E alguns sentem saudade;
Daquela mulher pretinha...
Que partiu pra eternidade!

Antonio Costta
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TROVAS PILARENSES

Eu sou filho do Pilar,
Meu torrão, meu aconchego;
Como amo este lugar,
Terra de Zé Lins do Rego!

Minha terra é pequenina,
Mas encanta o mundo inteiro,
Pois Pilar em prosa e rima
Honra o solo brasileiro!

De prazer minh’alma canta
Quando vejo o meu Pilar;
Saltam versos da garganta
Sem vontade de parar!...

Quem nunca escreveu um verso
Em Pilar fica inspirado,
Contemplando o universo
De Zé Lins com seu passado.

Faço um verso de repente,
De repente faço um verso;
Só pra cantar minha gente,
Meu torrão, meu universo!

Pilar terra nordestina,
Meu rubi, meu diamante;
És tão bela e pequenina,
Mas, pra nós, tu és gigante!

Pilar terra abençoada,
Melhor recanto do mundo;
És minha terra encantada
Que não esqueço um segundo.

Pilar meu torrão amado
Que Deus me deu como berço,
Quero sempre ‘stá ao seu lado,
Dedicando amor e apreço!

Oh terra da minha infância!
Da juventude também!
Faz-me sofrer a distância
Quando não ‘stou com meu bem!

Minha pequena gigante,
Oh minha terra querida!
Cantar-te-ei cada instante
Como todo amor de minh' vida.

Não trouxe um pouco de terra
Da minha terra pra mim,
Mas no meu peito se encerra
Pilar inteira, sem fim!

És a terra que prefiro,
Que Deus me deu como minha;
Como escreveu Casimiro:
“Hei de fazê-la rainha”!

Antonio Costta
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MENINO DE ENGENHO
(Poema/homenagem a José Lins do Rego)

A infância melhor
Do mundo é a que tenho,
Sou menino feliz,
Sou menino de engenho.

O Engenho Corredor
É meu palco de amor,
Pois na bagaceira
É que tem brincadeira,
Com o Moleque Ricardo
É que aposto carreira.
E é na Casa Grande
Que tem um pomar,
Que têm pés de banana,
Têm pés de cajá,
Têm pés de pitomba
E tem Zefa Cajá!...

A infância melhor
Do mundo é a que tenho,
Sou menino feliz,
Sou menino de engenho.

Tem trem apitando,
Chegando a Pilar.
Capitão Vitorino
Querendo brigar,
Tem cheia do rio
Com tudo a arrastar,
Meu avô socorrendo
O que dá pra salvar.
Tem noite estrelada,
Tem noite medonha,
Têm história contada
Pela Velha Tontônia!
E tem cangaceiros
Por todo o terreiro,
Antonio Silvino
Querendo dinheiro.

A infância melhor
Do mundo é a que tenho,
Sou menino feliz,
Sou menino de engenho.

Sou menino treloso,
Brincando na vida,
Banhando-me nas águas
Do Rio Paraíba,
Levando capim
Pro carneiro Jasmim,
Levando uma flor
Pra Zefa Cajá,
Ouvindo cantar
O meu Marechal,
Canário da terra
Mais especial.

A infância melhor
Do mundo é a que tenho,
Sou menino feliz,
Sou menino de engenho.

Mas viro Doidinho
Quando vou estudar,
Sentindo saudades
Do velho Pilar,
Da Tia Naninha
A me consolar,
Da velha Tontônia
No engenho a contar
Histórias bonitas
Pra gente sonhar,
Do Moleque Ricardo
Querendo brincar
E dos banhos de rio
Com Zefa Cajá!

Minha infância querida
Cantar aqui venho;
Fui menino feliz,
Fui menino de engenho.

O tempo passou
Com força de enchente,
Vi-me de repente
Sendo promotor,
Mas o menino de engenho,
Lá do Corredor,
Não quis me deixar,
Com saudade, sem par,
Lembrei meu avô,
Tornei-me escritor,
Cantei meu lugar!

Minha infância querida
Cantar aqui venho;
Fui menino feliz,
Fui menino de engenho.

Antonio Costta
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DA TRIBUNA DA POESIA


Da Tribuna da Poesia
Faço versos, cantoria,
(Mesmo sem saber cantar)
Somente pra te exaltar,
Para espalhar teus encantos
Aqui, e em outros recantos,
Oh meu amado Pilar!

Da Tribuna da Poesia
Canto com gran valentia
A dor sentida do povo,
O sonho de paz, de renovo,
A esperança contida
Num olhar d’uma criança
E a força que não se cansa
Da juventude na lida!...

Da Tribuna da Poesia
Canto de noite e de dia,
De forma simples, concreta,
O desejo de poeta
Que é viver para cantar!
Cantar a terra, o meu povo,
E depois cantar de novo
O meu amado Pilar!

Antonio Costta
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DE PILAR

De Pilar trago canções,
Trago motes, cantorias,
Trago muitas emoções
Que impactaram meus dias,
Trago mil recordações
Que me inspiram poesias!

De Pilar trago meu canto,
Que de meu peito desata
O brilho dos pirilampos,
A voz do rio, das cascatas,
As flores todas dos campos
E os perfumes das matas!

De Pilar trago meu jeito
De ser poeta-menino,
Poeta que traz no peito
O badalar de um sino,
Que só badala de jeito
Quan’ de Pilar me aproximo!

De Pilar trago a saudade
De meu tempo de criança,
De meus pais, de Solidade,
Que não me sai da lembrança.
Morando em Chã de Areia,
Lugar de paz, de esperança!

De Pilar trago as leituras
De José Lins, escritor,
Contando suas aventuras
No Engenho Corredor,
Colocando a nossa história
Num lugar de resplendor!

De Pilar trago o repente
De Chudu, com sua viola,
Tirando versos, contente,
De dentro de sua cachola,
Versos que inda ‘stão presentes
E a nossa terra consola!

De Pilar trago meu sonho
De mudar minha cidade,
Embora o mundo medonho,
Cheio de incredulidade,
Ignore o que proponho:
Paz, amor, fraternidade.

De Pilar trago o desejo
De dá orgulho ao meu povo.
De ser poeta, sem pejo,
De ser u’a luz de renovo,
Cantando a terra que vejo,
Sonhando co'um tempo novo!

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RECORDAÇÕES DA INFÂNCIA

Buscar água escanchado num jumento
Conduzindo incuretas nos cambitos;
Ouvindo o som das vacas, dos cabritos,
Dos nhambus que ecoavam pelo vento!...

Elegias que guardo no pensamento:
Ouvir a minha avó cantar benditos,
Ouvir de meu avô antigos ditos,
Anedotas e histórias de relento...

Fisgar peixes no açude ou lá no rio,
Tomar banho de chuva, sem ter frio...
Emoção que inda guardo. Indescritível...

Comer jaca no pé, manga e cajá,
Na fogueira assar milho com sinhá...
— Minha infância assim foi inesquecível!

Antonio Costta
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AVENTURAS DA INFÂNCIA

Eu saía pela Chã de Areia afora
Procurando um troféu, uma colmeia,
Não faltava uma aventura, uma ideia,
Na minha infância que relembro agora.

Pescar de jereré a qualquer hora,
Pegar um passarinho de alçapão;
Fazer de tábua e lata um caminhão,
Um carrinho de corrida e ir embora!

Tomar banho de rio e de cascata,
Ir caçar passarinho pela mata:
Armando uma arapuca pro nambu.

Fazer tudo que desse em nossa telha,
Esfumaçar a casa das abelhas
Pra colher o puro mel de uruçu!

Antonio Costta
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CONTEMPLAR PILAR

Quero contemplar o dia
Nascendo no meu torrão,
Trazendo paz, harmonia,
Pra dentro do coração.

Eu quero sentir o cheiro
Das flores todas do campo;
Tomar meu banho primeiro
De sol, de chuva, de encanto.

Quero contemplar as flores
Desabrochando pra festa;
Quero sentir seus olores
Ouvindo o som da floresta.

Quero contemplar a chuva
Trazendo pra terra a vida;
Trazendo enchente pros rios,
Para o Una e pro Paraíba!

Quero comer tanajura,
Qual no tempo de criança;
Quero viver vida pura,
Co’ os olhos cheio de’sperança.

Quero pegar as cigarras
E os vaga-lumes co’ as mãos;
E quero dormir tranqüilo
Ouvindo o cantar do grilo
Oculto na imensidão!...

Pois quero, enquanto viver,
O meu torrão contemplar,
E ouvir meu coração bater:
Pi-lar, Pi-lar, Pi-lar!...

Antonio Costta
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ACRÓSTICOS COM O NOME PILAR

P alco encantador da lida,
I nspiração sem cessar,
L ibelo da Paraíba,
A urora da minha vida,
R emanso do meu luar!

P aixão e amor sem par,
I nício do caminhar,
L argueza de sentimento,
A ltura de pensamento,
R epouso do meu sonhar!

P razer em te contemplar,
I nefável emoção,
L uz brilhante do luar,
A lvorecer singular,
R efúgio de amor, paixão!

P opulação exemplar,
I rmandade hospitaleira,
L ugar melhor de morar,
A qui se procura amar,
R espeitar a vida inteira!

P assagem da minh’ infância,
I napagável lembrança,
L ugar de amor e de paz...
A urora dos ideais,
R evigoro da esperança!

P ertinente na história,
I mportante trajetória,
L egado de liberdade...
A udaz em prol da verdade,
R efulgente na memória!

P assado de muita glória,
I nstante de gran disputa,
L embrando tua rica história
A spiramos a vitória,
R ompendo toda esta luta!

P equena terra gigante,
I magem da poesia,
L iteratura importante,
A  tua história é brilhante,
R eluz em nós todo dia!...

P orteira aberta pra glória,
I nspiração sem medida,
L ins do Rego fez história
A o escrever sua memória,
R omanceando sua lida!

P alco de encantos mil,
I ndelével mãe gentil,
L ibelo de amor profundo,
A  melhor terra do mundo,
R ecanto do meu Brasil!

P oetizar-te não canso,
I mensidão de prazer,
L evo comigo teu canto,
A qui e por todo recanto,
R ecordo enquanto viver!

P ilar meu berço querido,
I nscrito numa canção,
L onge de ti a saudade
A umenta minha vontade:
R eencontrar o meu chão.

P atrimônio do Brasil,
I rrevogável memória,
L ibertária varonil,
A dorável mãe gentil,
R adiante na história.

P ainel de luz, poesia,
I ncontáveis teus encantos,
L ar de amor e de alegria,
A urora de um novo dia,
R esplandecer de meus cantos.

P alavra que me acompanha,
I ntegrada ao coração,
L imiar que me assanha,
A lvorada que me apanha,
R adiosa imensidão.

P arnaso da poesia,
I nspirada melodia,
L egitimada cultura.
A qui tem literatura,
R eluzindo todo dia.

P edestal da amizade,
I nfalível união,
L imiar da liberdade,
A ltar da integridade,
R efúgio do coração!

P aixão e amor consagrados,
I mpolutos sentimentos,
L ugar onde os namorados
A ndam mais apaixonados,
R adiantes pensamentos.

P avilhão da gran cultura,
I ncontáveis seus talentos,
L iteratos, com fartura,
A utores de verve pura,
R epletos de sentimentos.

Antonio Costta
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CANTEMOS A NOSSA TERRA!

I

Cantemos a nossa terra
Que tanta beleza encerra;
Ela tem encantos mil,
É um pedaço do Brasil!

No solo paraibano
Tem uma cidade bela;
Cidade que tanto amamos,
Pequenina e singela.

Tens a natureza
Mais bela da região;
Pilar Deus com certeza
Te fez com perfeição.

Pilar estamos gratos!
A Deus, nosso Senhor;
Porque és nossa cidade,
És palco do nosso amor.

II


És pequena no tamanho,
mas teu seio é imenso em glória,
é tão curto o teu cantar
mas estronda na história!

Aqui num olhar profundo
te namorou Pedro II,
és conhecida até os confins
nos romances de Zé Lins!

Pilar terra amada,
Pilar terra querida,
Pilar Deus te plantou
no Vale do Paraíba.

Pilar estamos gratos
a Deus, nosso Senhor,
porque és nossa cidade,
és palco do nosso amor!

Antonio Costta
(Letra do Hino Oficial de Pilar-PB)

1 comentários:

Chacal disse...

Ô saudade de Pilar, dos meus familiares que aí moram....

HINO OFICIAL DE PILAR - cantado por Jordânia Borges

HINO OFICIAL DE PILAR- cantado por José Cosmo de Souza

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