247 – Um relatório da Polícia Federal sobre um esquema de desvio de dinheiro na Paraíba ligou o nome do ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, aos executivos da empresa Ideia Digital Sistemas Consultorias, que teria sido beneficiada por meio de um processo licitatório "fictício". O ministro, que é do Estado, teria se reunido com os
empresários, em 2009, para apresentar integrantes da Rede Brasileira de Visualização (RBV) "como pessoas credenciadas pelo próprio Ministério da Ciência e Tecnologia". A informação sobre o relatório da PF foi noticiada por uma reportagem do Estadão nesta terça-feira 23.
O contrato firmado entre a empresa, o governo federal e a Prefeitura de João Pessoa teve o valor de R$ 6,24 milhões, com o objetivo de criar uma rede de banda larga sem fio na cidade, o Jampa Digital. Na época, o projeto foi enviado à Câmara pelo então deputado Rômulo Gouveia (PSD), hoje vice-governador do Estado, que destinou emenda ao Orçamento de R$ 18 milhões para a iniciativa. Gouveia agora responde pelo crime de corrupção passiva. Apesar de não estar entre os investigados, Ribeiro, que era secretário municipal de Ciência e Tecnologia, é alvo de sugestão da PF para que a Procuradoria-Geral da República envie os autos ao Supremo Tribunal Federal, foro competente para autorizar uma eventual apuração.
Segundo o governo da Paraíba, o projeto foi licitado pela Secretaria Municipal de Administração e executado pela Secretaria de Ciência e Tecnologia. A assessoria de imprensa de Aguinaldo Ribeiro atribui as acusações a "adversários políticos" do ministro, que querem, "por meio de declarações sem provas", "desviar o foco dos graves indícios já constatados pela PF com o objetivo único de embaralhar as investigações". E acrescenta: "O ministro repudia essa tentativa por parte desses adversários políticos". A assessoria nega categoricamente que Ribeiro tenha participado da licitação. "A licitação que resultou na contratação da Ideia Digital não foi conduzida por Aguinaldo Ribeiro e sim pela Secretaria de Administração do município, na época". "Portanto, ele não licitou, não contratou nem pagou esta empresa".
0 comentários:
Postar um comentário