O famoso brado de D. Pedro I às margens do Ipiranga, em 7 de setembro de 1822, ainda precisa ecoar nas terras pilarenses.
Já se passaram 191 anos que o Brasil declarou-se independente de Portugal e muita coisa boa aconteceu; o mundo modernizou-se, o Brasil cresceu... Mas Pilar continua na mesma! Da pré-história até história contemporânea, o que mudou em nosso município é quase imperceptível. Se antigamente era a coroa portuguesa que explorava todas as nossas riquezas, levando embora todo ouro da nossa terra, o que dizer do presente? Onde um estrangeiro que não nasceu em Pilar, mas por ser filho da prefeita do município, implantou aqui seu império, extraindo nossas reservas minerais, degradando o Rio Paraíba e pondo em risco a população ribeirinha através dos profundos poços deixados pelas dragas que sungam a valiosa areia que é vendida por alto preço para outros Estados, sem nenhum benefício para a terceira cidade mais antiga do Estado da Paraíba, a terra natal do escritor José Lins do Rego.
Definitivamente, para mim, Pilar ainda continua no tempo do império. Pois não é um D. Pedro quem governa o município? Denominado de D. Pedro III, ele é quem senta no trono, em lugar da sua mãe que aplaude, de longe, seu filho ditador.
Será que, diante de nossa realidade, os pilarenses tem o que comemorar? A população, em sua maioria quase absoluta, continua dependente do auxílio da prefeitura imperial que não escuta o clamor do povo.
Mas a culpa, como diz Landoaldo Filho: também é nossa.
Até quando Pilar vai continuar assim? Com uma população passiva, sofrendo calada? Cadê nosso espírito de luta? Nosso anseio pela liberdade?... É preciso sonhar. É preciso lutar. Como diria Che Guevara: "Sonha e serás livre de espírito... luta e serás livre na vida."
No próximo 14 de setembro, Pilar vai comemorar dois séculos e meio de emancipação política. Um privilégio. Mas será que temos mesmo o que comemorar ou, apenas, o que lamentar?...
Acorda Pilar!
Antonio Costta
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